“Ela se despiu e atirou contra a parede tudo o que não a pertencia. Suas roupas, todas as suas esperanças, seus amores, medos e desejos. Aos poucos, despiu-se de todo sentimento e pensamento, de qualquer existência material. Naquele instante, só a música tocava, fria e estimulante, em seu quarto e mente. Não era mais preciso pensar, e muito menos preocupar-se, o piano a acalmava. Não era necessário gritar ou se rebelar, a guitarra já o fazia. Não mais se sentia reprimida, porque o baixo, abafado, já tomara suas dores.
Sentindo-se completa, sentou-se com cautela. Não queria fazer um só ruído e arruinar a magia. Fechou os olhos e respirou profundamente três vezes seguidas, não sabendo se as batidas compassadas que ouvia eram de seu coração ou da música.
O último verso... prendeu a respiração... e chorou.”
sábado, 9 de agosto de 2008
- Sobre música e sentimentos.
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